O Facebook está envolvido em uma polêmica em torno do uso indevido de dados de usuários. Mas o que está acontecendo, afinal?

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Publicado a 23 de março de 2018


A agência Cambridge Analytica, empresa de análise de dados, coletou informações de usuários do Facebook através de um aplicativo na rede social. O caso já está em investigação e as repercussões drásticas para a empresa são inevitáveis.

O Facebook é acusado de cooperar com a Cambridge Analytica na coleta de cerca de 50 milhões de dados de perfis da rede social através do aplicativo “ThisIsYourDigitalLife”, um quiz de personalidade. Os usuários, para terem acesso ao aplicativo, tinham que permitir o acesso a informações privadas disponíveis no Facebook.

Suspeita-se ainda que os dados coletados pela agência de análise de dados tenham sido utilizados para manobras de propaganda na campanha eleitoral norte-americana, favorecendo a vitória de Trump e, ainda, a saída do Reino Unido da União Europeia. Leia mais aqui.

Além disso, os usuários estão enfurecidos e já foi criado um movimento de abandono à rede social.

A polêmica do Facebook fez com que os usuários se questionassem sobre a segurança da sua informação na rede social. O movimento #deletefacebook está incentivando os usuários a deletarem suas contas.

Um dos cofundadores do Whatsapp, Brian Acton, mostrou o seu descontentamento através do Twitter em relação à polêmica que envolve o Facebook. Brian Acton aderiu ao movimento #deletefacebook e publicou um tweet onde escreveu a hashtag junto com a expressão “It is time” (“Está na hora”) para incentivar os seus seguidores a também deletarem suas contas no Facebook. Após a polêmica que está envolvendo a rede social, a hashtag tem sido uma das mais utilizadas na plataforma, como uma forma de apelo à eliminação dos perfis. Saiba mais aqui.

Confira o vídeo do Business Today sobre o assunto:

 

E tudo isso tem repercutido nas grandes mídias. São inúmeros os artigos que atacam o Facebook e consideram o acontecimento com a Cambridge Analytica o empurrão que faltava para abandonar a rede.

 

Enquanto que o Facebook se define como rede social, há quem o considere como um sistema de vigilância. Mas será que deletar os perfis é mesmo a solução? Poderá apenas ser um resultado temporário e que terá pouca influência na coleta de informações. Há empresas especializadas em coleta e análise de dados que têm mais impacto nessa captura de informações do que as redes sociais em si. Veja mais sobre o assunto neste artigo do The Guardian.

Se você não quer deletar seu Facebook mas deseja se sentir mais seguro, revise suas configurações de privacidade.

 

Algumas precauções irão te ajudar a proteger sua privacidade no Facebook, como por exemplo: desativar os serviços de localização, desativar o acesso de aplicativos às informações do seu perfil, limitar as definições de compartilhamento e visualização das publicações, remover informações muito pessoais e restringir as preferências de anúncios. Essas são algumas das dicas que podem proteger as informações que você pretende manter na rede. Leia mais aqui.

E é claro que Mark Zuckerberg se pronunciou sobre o tema. Em uma publicação no seu perfil pessoal, Zuckerberg assumiu a responsabilidade pelos acontecimentos: a falha de confiança da rede social com os seus usuários, mas também a falha entre a Kogan e a Cambridge Analytica com o Facebook.

 

O dono do Facebook confessou que há erros que têm sido cometidos e que há muito mais a fazer para evoluírem. Todos os aplicativos que têm acesso às informações dos usuários serão investigados. E caso essas informações sejam utilizadas indevidamente, os aplicativos serão banidos.

O pedido de acesso aos dados será ainda mais restrito e exigente. Além disso, será lançada uma ferramenta no feed que indicará quais aplicativos que o usuário utilizou para que ele consiga rever todas as permissões. Mark está empenhado em melhorar a qualidade do Facebook para os seus usuários, principalmente em relação à proteção e privacidade das informações pessoais.

Confira o post completo de Mark Zuckerberg aqui.

E aqui o CEO do Facebook fala sobre o assunto com CNN. Veja a entrevista completa:

 

Fontes: The Guardian, The Verge, Inc.