Google I/O 2023: O que toda empresa precisa saber sobre as novidades do Google?

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Publicado a 19 de maio de 2023

Uma vez por ano, a conferência Google I/O é realizada para anunciar as novidades do Google e orientar desenvolvedores sobre como melhorar seus programas com técnicas demonstradas pela big tech. 

Mas o impacto dos lançamentos da conferência de 2023 foi ainda maior. Isso porque, desde que o ChatGPT revolucionou a forma como usamos inteligência artificial (IA) generativa, o Google tem agilizado o desenvolvimento de novas tecnologias para enfrentar a concorrência. 

O que é ótimo para as empresas: com mais automação, a IA promete economia de recursos. De acordo com dados divulgados pela Insider Intelligence, cerca de 63% dos profissionais de tecnologia dos EUA planejam aumentar ou manter os gastos com IA devido às condições econômicas atuais. 

As atualizações das ferramentas do Google Workspace, por exemplo, vão permitir criar textos com IA generativa, gerar imagens a partir de descrições de texto e automatizar a classificação de dados e a criação de modelos para planilhas. E as novidades não param por aí. 

Confira abaixo as novidades anunciadas pelo Google que podem beneficiar sua empresa!

Experiência Generativa na Busca (SGE)

A maior transformação vai acontecer na interface de buscas do Google, com o lançamento da “experiência generativa na busca” ou Search Generative Experience (SGE). A SGE tem como objetivo possibilitar que os usuários compreendam assuntos rapidamente e descubram novos pontos de vista e ideias, além de simplificar tarefas.

Com a SGE, os usuários poderão formular perguntas complexas, como: “Qual é a melhor opção para uma família com crianças menores de 3 anos e um cachorro: Bryce Canyon ou Arches?”. E o Google responderá com uma visão rápida, baseada em IA, das informações mais relevantes, juntamente com links para aprofundar o conhecimento sobre o tema.

Ou seja: a IA generativa vai fornecer uma resposta completa às perguntas, ao contrário do mecanismo de busca atual, que exige pesquisas separadas e uma análise das informações disponíveis para o usuário chegar às suas próprias conclusões.

De acordo com William Ferreira, Head of Insights do Grupo Elife, a solução dá um salto na experiência do cliente, mas pode impactar a economia digital dos criadores de conteúdo, que constroem suas páginas pensando no ranqueamento do Google. “Neste caso, a resposta generativa da plataforma pode até mesmo satisfazer a dúvida do usuário sem que ele necessite navegar por outros links, diminuindo assim o tráfego dos sites. Além disso, como o Google remuneraria as páginas que consome para gerar novas respostas?”, questiona.

Como vai ficar a busca do Google?

Ainda não é possível afirmar se a mudança no mecanismo de buscas será aprovada pelos usuários. Isso porque a experiência do SGE vai começar no Search Labs, em testes realizados apenas nos Estados Unidos. 

Mas o assunto gera discussão, como mostra a Insider Intelligence. Quase metade (49%) dos adultos estadunidenses demonstram interesse em pesquisas baseadas em IA, de acordo com a Morning Consult. No entanto, os dados da Ipsos indicam que cerca de 31% desconfiam dos resultados gerados por elas.

Durante a conferência, o CEO do Google, Sundar Pichai, reforçou a importância e a responsabilidade de tornar a IA útil para todos. “Embora o potencial de impacto nos negócios seja grande, continuamos comprometidos em adotar uma abordagem responsável, guiada por nossos Princípios de IA”, afirmou.

Por isso, o Google colocou limitações para o tipo de pesquisa em que as capacidades da IA generativa serão utilizadas. Para avaliar a informação por conta própria, os usuários poderão clicar para saber mais ou optar pela visualização ampliada, que mostra as fontes por trás da resposta oferecida.

E as empresas que anunciam no Google, o que podem esperar? A big tech informou que os anúncios da busca seguirão aparecendo em pontos da página dedicados à publicidade, de modo a serem claramente diferenciados dos resultados orgânicos da pesquisa.

O Google também afirmou seu compromisso de seguir direcionando tráfego importante para sites na internet, considerando os anúncios como fundamentais por ajudarem as pessoas a encontrar produtos e serviços relevantes. 

Gmail e Google Docs: “Ajude-me a escrever”

Com um modelo generativo poderoso, o Gmail agora terá a função “Ajude-me a escrever”. Para usá-la é só digitar o comando desejado e clicar em “criar”, que um rascunho completo será gerado, levando em consideração informações e detalhes importantes dos e-mails anteriores. 

Se o rascunho gerado não estiver próximo o bastante do que o usuário quer enviar, é possível refiná-lo ainda mais. A função “Ajude-me a escrever” também será lançada para o Google Docs como parte das atualizações do Workspace.

Confira mais em: Novidades para o Workspace

Mais lançamentos do Google Workspace

Além da IA generativa no Gmail e no Docs que ajuda pessoas a escreverem e-mails e documentos, mais lançamentos foram anunciados para o Google Workspace. A expectativa é acelerar projetos e processos por meio dos apps e ferramentas do Google. 

No Google Slides e no Meet, por exemplo, os usuários poderão gerar imagens a partir de descrições de texto. Nos slides, essas imagens ajudam a ilustrar o que está sendo apresentado, e, no Meet, elas podem ser usadas como planos de fundo.

O Google Sheets também vai contar com uma nova ferramenta para automatizar a classificação de dados e a criação de modelos personalizados. O que auxilia colaboradores a analisar e a organizar dados com muito mais rapidez.

Mas a maior novidade é o Duet AI para Google Workspace, que reúne recursos de IA generativa para aumentar a produtividade dos usuários. O Duet AI possui uma ferramenta chamada de “sidekick” para trabalhar de forma colaborativa com a IA por meio de:

  • Prompts gerados automaticamente, de forma pró-ativa e com base no contexto do projeto em que se está trabalhando;
  • Sugestões de imagens geradas a partir de ideias contidas em um texto;
  • Anotações que sintetizam o conteúdo de uma apresentação de slides. 

As novas ferramentas já estão sendo testadas por empresas selecionadas pelo Google.

Como as empresas estão testando?

Os novos recursos do Google Workspace têm melhorado bastante a eficiência das empresas e a qualidade das interações com os clientes. O Google até listou alguns usos das ferramentas por seus trusted testers atuais:

  • O Deutsche Bank está testando a IA generativa e os LLMs do Google em escala para impulsionar a eficiência operacional e a velocidade de execução de tarefas;
  • A Orange está explorando um contact center de última geração com o Google Cloud, utilizando a IA generativa para transcrever chamadas, resumir interações e sugerir ações de acompanhamento;
  • A Uber está desenvolvendo IA generativa para chatbots de atendimento ao cliente e recursos de assistência a agentes, buscando maior satisfação do cliente e eficiência de custos.

De um modo geral, os negócios podem usar a IA generativa para criar conteúdo atraente, organizar informações, automatizar processos e proporcionar a melhor experiência para os clientes. Empresas interessadas em experimentar os novos recursos do Google em primeira mão podem se inscrever em uma lista de espera para testar

Para William Ferreira, as novas funcionalidades do Google dão uma nova dimensão para os processos criativos e estratégicos. “Na Elife, já incorporamos uma gama de plataformas de inteligência artificial para os nossos processos, de classificação de dados a análises e insights, mas é essencial reforçar que elas não substituem a interação humana. A personalização e a empatia na interação com os clientes são qualidades que ainda dependem fortemente do toque humano”, afirma.

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